Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
(DIAS, G. "Canção do Exílio" in Poemas de Gonçalves Dias, p.21)
Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba;
Verdes mares que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros;
Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas.
Onde vai a afoita jangada, que deixa rápida a costa cearense, aberta ao fresco terral a grande vela?
Onde vai como branca alcíone buscando o rochedo pátrio nas solidões do oceano?
Três entes respiram sobre o frágil lenho que vai singrando veloce, mar em fora.
Um jovem guerreiro cuja tez branca não cora o sangue americano; uma criança e um rafeiro que viram a luz no berço das florestas e brincam irmãos, filhos ambos da mesma terra selvagem.
A lufada intermitente traz da praia um eco vibrante, que ressoa entre o marulho das vagas:
— Iracema!
Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba;
Verdes mares que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros;
Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas.
Onde vai a afoita jangada, que deixa rápida a costa cearense, aberta ao fresco terral a grande vela?
Onde vai como branca alcíone buscando o rochedo pátrio nas solidões do oceano?
Três entes respiram sobre o frágil lenho que vai singrando veloce, mar em fora.
Um jovem guerreiro cuja tez branca não cora o sangue americano; uma criança e um rafeiro que viram a luz no berço das florestas e brincam irmãos, filhos ambos da mesma terra selvagem.
A lufada intermitente traz da praia um eco vibrante, que ressoa entre o marulho das vagas:
— Iracema!
(ALENCAR, J. "Iracema". In Obras Completas, vol. III, p. 37)
Como pudemos observar, o Nacionalismo funcionou inicialmente como uma ideologia que na literatura é divulgado como uma característica do estilo, refletida em valores como o heroísmo medieval (sendo no Brasil transformada em indianismo) e como o panteísmo (que no Brasil atinge o grau do ufanismo). Enquanto nas prosas-narrativas tal característica irá manter-se no todo de seu desenvolvimento, em vários autores de diferentes gerações, na poesia, devido à tradição literária deste gênero, o nacionalismo e seus valores serão reflexos de uma euforia inicial, baseada na crença de que o novo sistema social traria ao mundo os ideais pregados de "liberdade-igualdade-fraternidade". Porém, o que veremos a seguir é a transformação desta crença inicial num total descrédito e ceticismo em relação à humanidade. Por isso, esta fase inicial, com o domínio de tal espírito enfático será conhecida como Primeira Geração da Poesia Romântica, destacando-se internacionalmente o poeta francês Chateaubriand e, no Brasil, o poeta Gonçalves Dias.
Como pudemos observar, o Nacionalismo funcionou inicialmente como uma ideologia que na literatura é divulgado como uma característica do estilo, refletida em valores como o heroísmo medieval (sendo no Brasil transformada em indianismo) e como o panteísmo (que no Brasil atinge o grau do ufanismo). Enquanto nas prosas-narrativas tal característica irá manter-se no todo de seu desenvolvimento, em vários autores de diferentes gerações, na poesia, devido à tradição literária deste gênero, o nacionalismo e seus valores serão reflexos de uma euforia inicial, baseada na crença de que o novo sistema social traria ao mundo os ideais pregados de "liberdade-igualdade-fraternidade". Porém, o que veremos a seguir é a transformação desta crença inicial num total descrédito e ceticismo em relação à humanidade. Por isso, esta fase inicial, com o domínio de tal espírito enfático será conhecida como Primeira Geração da Poesia Romântica, destacando-se internacionalmente o poeta francês Chateaubriand e, no Brasil, o poeta Gonçalves Dias.